O que é a família
Não se pode iniciar uma
abordagem séria sobre a família sem ressaltar indelevelmente que ela é uma obra
de Deus. Isso não se reporta apenas aos textos da Gênese. Olhe para a natureza:
não haveria qualquer população seja ela vegetal, entômica ou animal, sem a
presença do macho e da fêmea e, na sequência, notadamente entre os mamíferos, onde
a procriação não acaba com o coito e a parição subsequente, mas se estende
pelas atenções maternais.
Por causa disso, o ser humano é
gregário e não sobrevive se não houver quem cuide dele até a adolescência, no
mínimo, o que decorre, em tempo, 25% da vida. Vê-se aí que dentre os mamíferos
animais não há isso; só entre os mamíferos humanos. Algo está sendo transmitido
ao mais inteligente dos mamíferos: “não se ufane, você precisa da família e, na
falta dela, da comunidade; e na falta dela, do Estado”. Conclui-se que onde não
haja família, nem comunidade e nem Estado para assumir as crianças, estaremos
inviáveis como espécie.
Nas antigas tribos em regime da
casa grande (moradia comunitária) todos os mais jovens eram filhos de todos os
mais velhos e todos cuidavam de todos. Era diferente de hoje. A partir das aldeias
precursores das vilas e dos centros urbanos, cada grupo familiar foi habitar
uma choça, um casebre, uma casa, e a família (do mesmo sangue) passou a ser a
raiz de tudo quanto veio depois, relativamente ao ser humano: manutenção,
educação, moral, cultura, civilização, ética, construção da história da
humanidade.
Hoje, como disse atrás, vivemos
dias difíceis para a família. Há pais e mães que geram muitos filhos e não os
assumem ou não têm condições para tanto, há casais que não querem filhos, há
famílias que valorizam mais os animaizinhos do que as crianças e por aí vamos...
Há famílias que descartam seus
velhos como coisa vencida. Há casamentos homoafetivos que não gerarão filhos.
Sem contar o caso dos moradores de rua, drogados, que perambulam por aí sem
eira nem beira apenas em busca da próxima dose. E ainda assim geram filhos. O
que será deles? Ninguém pergunta, ninguém responde.
E assim, a humanidade irá, por
um lado, reduzindo-se, por outro, perdendo qualidade.
Vivemos momentos até
intransponíveis no seio de um crescente número estatístico de famílias. Quantas
famílias cultivam a responsabilidade, o amor, a hierarquia, a disciplina e
repassam valores de longo prazo? Quantas famílias cultivam atitudes de amor, de
carinho, de respeito? Quantas são indiferentes, ensinam a raiva e até o ódio,
em muitos casos?
O relacionamento esposo/esposa
está, cada vez mais, esquecido dentro das relações entre cônjuges.
Qual é a razão de ser do ser
humano?
Praticamente 100% ao responder,
dirá que “a razão de ser é ser feliz”. Mas praticamente o mesmo número nada faz
deliberadamente para isso. Pensando com
a mente de Deus, supomos que o ser humano é um projeto que deve colimar-se na felicidade
e não apenas do indivíduo, mas de toda a humanidade.
Então, o que se vê?: em busca
da felicidade este estúpido ser trabalha a infidelidade, a traição, a
discórdia, a posse, o orgulho, a vaidade, o egoísmo em quase 100% dos momentos
vividos a dois, a três, a quatro... No seio familiar, na rua, na empresa, no
clube, na igreja, faz o que? Mete os pés no lugar das mãos. O que saiu errado
conosco?
A autoestima é consumida aos
poucos dentro das discussões e desentendimentos, quedas de braço, teimosias
burras que mascaram, totalmente, a possibilidade de concórdia nas relações
entre cônjuges, parentes, colegas, vizinhos e amores.
Pensando mais uma vez com a
mente de Deus supomos que o projeto do ser humano é a busca da perfeição. E
mais uma vez somos obrigados a raciocinar que um elevado percentual de pessoas
não cultiva a perfeição e sim o uso dos recursos disponíveis em rota de
destruição.
Muitos, maioria de nós, hoje em
dia, não temos sequer tempo para meditar sobre vida e, diante de um espelho, ao
pentear-se, barbear-se ou maquiar-se, todos os dias, ao se achar bonita,
bonito, perfeita, perfeito, não raciocinamos com o íntimo, e sim com a casca
exterior.
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