Um
ganho de popularidade
Em
1873, H. P. Blavatsky viajou para os Estados Unidos da América a fim de
trabalhar na missão para a qual fora preparada. E assim ganhou projeção.
A
alguém de menos coragem a tarefa havia de parecer impossível. Mas ela, uma
russa desconhecida, irrompeu no movimento espiritualista, que então empolgava tão
profundamente a América e, em menor escala, muitos outros países.
Os
espíritos científicos ansiavam por descobrir o significado dos estranhos
fenômenos, e se defrontavam com dificuldades para abrir caminho em meio às
numerosas fraudes e mistificações. De duas maneiras tentou H. P. B.
explicá-los: (1) pela demonstração prática de seus próprios poderes; e (2)
afirmando que havia uma ciência antiquíssima das mais profundas leis da vida,
estudada e preservada por aqueles que podiam usá-la com segurança e no sentido
do bem, seres que em suas mais altas categorias recebiam a denominação de
"Mestres", embora outros títulos também lhes fossem conferidos, como
os de Adeptos, Chohans, Irmãos Mais Velhos, Hierarquia Oculta, etc.
Para
ilustrar suas afirmações, H. P. B. escreveu Isis Unveiled (Isis sem Véu), em
1877, e The Secret Doctrine (A Doutrina Secreta), em 1888, obras ambas
"ditadas" a ela pelos Mestres. Em “Isis sem Véu” lançou o peso da
evidência colhida em todas as Escrituras do mundo e em outros anais contra a
ortodoxia religiosa, o materialismo científico e a fé cega, o ceticismo e a
ignorância. Foi recebida com agravos e injúrias, mas não deixou de impressionar
e esclarecer o pensamento mundial.
É
importante destacar como os médiuns ganham notoriedade, como foi o caso de
Helena: o mais comum é pela reação contrária aos seus trabalhos, pelas
críticas, pelas denúncias, pelas perseguições sofridas e, obviamente, pela
divulgação que essas contrariedades recebem através da mídia. Mas, também é
destacável, que a notoriedade alcança, geralmente, médiuns com inserção nas
classes sociais mais elevadas. A sociedade está recheada de excelentes médiuns
atuando nas camadas mais pobres das populações, sem grande visibilidade
midiática e que acabam desencarnando sem merecer as manchetes. Esta também é a
razão porque quando se reconhece um personagem reencarnado, este, geralmente,
se encontra inserido nas classes mais elevadas da sociedade de onde, do mesmo
modo, o assunto ganha notoriedade. No entanto, são aos milhares os
reencarnantes anônimos que ocupam corpos de artesãos, pedreiros, professores,
motoristas, policiais, pequenos comerciantes, trabalhadores em geral, que nunca
serão reconhecidos por suas vidas passadas porque as suas vidas atuais não têm
notoriedade.
Se Helena não fosse uma Hahn, casada com um Blavatsky e sim uma operária ou camponesa russa, certamente não seria menos capaz em sua mediunidade, mas certamente também, ninguém teria tomado conhecimento de seus pendores além dos próprios familiares e vizinhos. Ou quem sabe, mal compreendida, seria podada e enrustida para sempre.
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