Outras
visões
Segundo
uma outra lenda menos conhecida, veiculada pelo historiador maçônico (a
Maçonaria aproveita conteúdos místicos da Rosa-Cruz) E. J. Marconis de Negre -
que, juntamente com seu pai, Gabriel M. Marconis é considerado o fundador do Rito
Memphis-Misraim, da Maçonaria. Com base em conjecturas anteriores (1784) do estudioso
rosa-cruz, Barão de Westerode, a Rosa-Cruz teria como origem uma sociedade
secreta e altamente hierarquizada (ao contrário dos ideais da Fraternidade,
expostos nos manifestos) do século XVIII na Europa central ou oriental,
denominada "Gold und Rosenkreuzer" (Rosa Cruz de Ouro), que teria
tentado, sem sucesso, submeter a Maçonaria ao seu poder.
Mas,
sem esgotar o assunto, chegamos a uma outra versão: a Ordem Rosa-Cruz teria
sido criada no ano 46 d.C., quando um sábio gnóstico de Alexandria, de nome
Ormus, e seis discípulos seus, foram convertidos por Marcos, o evangelista,
grego. Seu símbolo, dizia-se, era uma cruz vermelha encimada por uma rosa, daí
a designação de Rosa Cruz. A Ordem teria nascido, portanto, da fusão do
cristianismo primitivo com a mitologia egípcia. Rosenkreuz (seu sobrenome)
teria sido, segundo essa versão, apenas um iniciado e, depois, Grande Mestre – ou
revitalizador, e não o fundador.
De
acordo com Maurice Magre (1877–1941), no seu livro Magicians, Seers, and
Mystics, Rosenkreutz terá sido o último descendente da família Germelschausen,
uma família alemã do século XIII. O seu castelo encontrava-se na Floresta da
Turíngia, na fronteira de Hesse, e eles abraçavam as doutrinas Albingenses
(aquele grupo que foi massacrado a pedido do Papa). Toda a família teria sido
condenada à morte pelo Landgrave (título de nobreza do Sacro Império) Conrad da
Turíngia, exceto o filho mais novo, com cinco anos de idade. Ele teria sido
levado secretamente por um monge, adepto albigense da região conhecida como
Languedoc, e colocado num mosteiro sob influência secreta dos albingenses
(comunidade mística dissidente de Roma). Lá teria sido educado e viria a
conhecer os outros quatro membros (irmãos) que mais tarde estariam a ele
associados na fundação da Irmandade Rosacruz. A história de Magre deriva
supostamente da tradição oral local.
A
existência real de Christian Rosenkreuz divide certos grupos de rosacrucianos.
Alguns a aceitam. Outros consideram Christian Rosenkreuz como um pseudônimo
usado por personagens realmente históricos, dentre os quais um deles teria sido
Francis Bacon, reencarnação de José, pai de Jesus e que reencarnou novamente
como o mago Merlin (aquele que educou o Rei Artur) e agora é tido como Saint
Germain.
A
primeira informação conhecida publicamente acerca desta irmandade, encontra-se
nos três documentos denominados "Manifestos Rosacruz", o primeiro dos
quais (Fama Fraternitatis R. C., ou "Chamado da Fraternidade da
Rosacruz") foi publicado em Kassel (Alemanha)) em 1614 - ainda que cópias
manuscritas do mesmo já circulassem desde 1611. Os outros dois documentos já
mencionados aqui nesta série (1615) publicado também em Kassel e (1616),
publicado na então cidade independente de Estrasburgo (anexada à França, em 1681).
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