Introdução
O silêncio tem voz? Parece
incoerência afirmar que possa existir a voz do silêncio quando se sabe que o
silêncio é a ausência de qualquer som. Eis a questão: não é só através do som
que se pode dizer coisas.
São inúmeras as publicações
tratando do silêncio como forma de informação, comunicação, dicção de coisas.
Vamos entrar um pouco neste mundo silente com o objetivo claro de produzir o ato
de aquietar-nos para entrar em contato com a nossa própria sabedoria interior.
Queremos ouvir
com clareza crescente aquilo que os místicos chamam de a voz do silêncio, o som
da nossa alma imortal, a música eterna que nunca cessa e que só escutamos
enquanto nossos ouvidos são tapados por nossa agitação pessoal.
Quem ouve a voz
do silêncio recebe um magnetismo vital de grande poder, leio por aí e anoto.
Não há fonte de energia maior que o contato com o mundo divino.
Quem busca
equilíbrio e sabedoria tem fortes motivos para evitar não só o excesso de
ruídos físicos, mas também os barulhos emocionais e mentais. A prática do
silêncio aumenta o magnetismo pessoal e o poder interior, assim como o barulho
e a conversa fútil dissipam energia vital e força magnética. Cada palavra vã ou
ociosa que lançamos ao ar nos prejudica. Cada palavra correta que dizemos e
cada silêncio adequado que fazemos nos beneficiam.
A prática do
silêncio e o uso da palavra correta não é algo simples. Constitui uma ciência a
ser buscada e praticada para a vida toda. Nem sempre o silêncio anda junto com
a sabedoria: às vezes ele expressa apenas ignorância. O silêncio também pode
ocultar a verdade. Pode ser uma forma de mentir, de obedecer ao sentimento de
medo, de omitir socorro ou fugir da solidariedade. Se calamos por egoísmo ou
por temor, devemos desenvolver qualidades como coragem e lealdade, e aprender a
falar sempre a verdade. Mas, se somos sinceros, devemos estudar a próxima
etapa, que é o silêncio do sábio.
Vamos
silenciar-nos para aprender com os sábios, aqueles mestres que trabalham no
silêncio? Vem, então.
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